O desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) Sebastião Coelho, que chegou a falar em prender Alexandre de Moraes, vai ficar cara a cara com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (12/9).

Coelho fará a sustentação oral de um dos quatro réus que irão a julgamento nesta quarta-feira, acusados de diversos crimes relacionados à invasão e depredação da sede dos Três Poderes, em 8 de janeiro.

Ele pegou a carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em outubro de 2022, um mês após se aposentar, mas esta será a primeira vez que vai advogar, depois de 31 anos na carreira de juiz e desembargador. À coluna Grande Angular Coelho disse que mantém todas as declarações que fez enquanto cidadão.

Em novembro, no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, Coelho disse que “a solução será prender Alexandre de Moraes” por “cometer crimes” ao tomar decisões no âmbito do Inquérito das Fake News e em relação às manifestações contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidente da República.

“A solução será prender Alexandre de Moraes. E eu dou a base legal para isso: temos de fazer tudo de acordo com a Constituição e com as leis. O senhor ministro Alexandre de Moraes há muito não respeita a Constituição”, disse o desembargador aposentado, em novembro de 2022.

No STF, às 9h desta quarta, Coelho fará a defesa de Aécio Lúcio Costa Pereira. O réu ficou conhecido por ter gravado vídeo durante a invasão, no qual disse: “Amigos da Sabesp, quem não acreditou, estamos aqui. Olha onde eu estou: na mesa do presidente. Vai dar certo, não desistam. Saiam às ruas”.

Nesta terça-feira (12/9), na véspera do julgamento, Coelho disse à coluna que “tudo que eu falei ou falo em público é uma expressão minha de cidadão, não mudo nem retifico nada”. “Como profissional, agora, estou na situação de ser a voz do Aécio na sessão de julgamento. O advogado é a voz do cliente. Então, nada mais vai acontecer lá do que mostrar a ausência total e absoluta de provas”, enfatizou.

Metrópoles.