O poliamor, ou amor livre, é uma forma de relacionamento que envolve mais de duas pessoas. Essa prática tem se tornado mais comum no Brasil, mas ainda enfrenta muitas barreiras jurídicas e sociais. O direito brasileiro adota o princípio da monogamia como base para o casamento e a união estável, o que exclui os trisais do reconhecimento legal de seus direitos.

Recentemente, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul reconheceu a união de um trisal formado por um homem e duas mulheres, sendo uma delas grávida. A decisão foi inédita e permitiu que a criança fosse registrada com o nome das três pessoas. No entanto, essa decisão contraria o entendimento do Conselho Nacional de Justiça, que proibiu os cartórios de lavrarem documentos que declarassem a união estável entre mais de duas pessoas.

A advogada Irna Verena, especialista em direito de família, afirmou ao BNews que o direito precisa acompanhar a sociedade e que a socioafetividade já é reconhecida pelo ordenamento jurídico. Ela disse que, se a decisão do tribunal gaúcho se mantiver, os trisais terão os mesmos direitos que o casal constituído por duas pessoas. Porém, ela alertou que há muitas questões envolvendo a sucessão, a previdência e a separação dos trisais que ainda não têm amparo legal.

O trisal não é considerado crime no Brasil, mas também não é considerado família. A advogada reforçou que o tema é novo e que o direito está em constante evolução. Enquanto isso, nas redes sociais, alguns trisais compartilham suas rotinas e experiências com seus seguidores. É o caso do trisal influencer de Salvador formado por Isane, Íris e Igor, que participaram do reality show “Se Sobreviver, Case”, do Multishow, em 2023. Eles defendem que o amor não tem limites e que é preciso respeitar as diferenças.