Em Valença, na Bahia, a sessão da Câmara na última terça-feira foi marcada por uma ausência ilustre: o vereador turista, cuja presença é tão imprevisível quanto o próximo premio da loteria. Apesar da foto oficial exibindo um sorriso radiante e o sugestivo "Bem-vindo à Câmara", o nobre edil parece ter confundido o local com um resort de luxo, aparecendo apenas quando a agenda de supostas aplicações financeiras na Suíça (ou em algum paraíso fiscal igualmente charmoso) permite.

Sua falta de assiduidade é tão notável que já se cogita a instalação de uma placa de “Procura-se” no plenário. Afinal, com o vereador turista viajando mais que a própria equipe de marketing da câmara, o prédio corre o risco de virar um cenário de filme de terror: a Câmara Fantasma de Valença.

Mas calma, não estamos sozinhos nesse mar de ausências. Temos também a vereadora Ana Fraga, pioneira no trabalho remoto – mesmo fora do período pandêmico – mostrando que a tecnologia pode sim aproximar os eleitores da política, desde que os eleitores estejam dispostos a se teletransportar para acompanhar as sessões.

Enquanto isso, o presidente da Câmara, com a paciência de Jó e a capacidade de lidar com a falta de vereadores como um mestre oriental do Kung Fu, precisa tomar providências. Cortar o salário dos vereadores faltosos parece ser uma solução justa.

Mas vamos ser otimistas. Talvez, com uma boa dose de café e um mapa de localização de paraísos fiscais, o vereador turista retorne às sessões. Ou talvez não. Afinal, quem precisa de sessão quando se tem uma suposta conta bancária na Suíça? 😉